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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Identidade Secreta - Capítulo 46

Identidade Secreta



Capítulo 46 - Um ano depois


Peter abriu os olhos. Doía tudo. Por um momento se sentiu desorientado e a forte de cabeça que sentia não o permitia pensar. Lembrava estar correndo em direção ao rio quando uma bala alcançou suas costas.  Lembrava da dor, da falta de ar e do medo.

Olhou ao redor e percebeu que estava em um hospital. Fechou os olhos e começou avaliar os danos que sofreu na sua ultima missão. A perna direita estava intacta, mas a esquerda estava engessada. Felizmente, os braços pareciam estar inteiros. Levou uma de suas mãos à cabeça, onde havia atadura cobrindo-a. Lembrou que na explosão um fragmento havia lhe golpeado, atingindo-o o suficiente para que sua fuga fosse mais lenta. Desceu a mão até o peito onde notou que também estava enfaixado. Sua garganta estava seca e áspera. Tudo isso era muito pior em comparação a qualquer coisa que havia experimentado antes. Ouviu um barulho vindo da porta e abriu os olhos. Gastón apareceu diante dele com uma expressão seria e preocupado...



Gas: Ate que enfim acordou (Com um tom aliviado, sentando-se ao lado de Peter) Retiraram o respirador ontem à noite, tive medo de que não acordasse

Peter: Estava tão mal assim?

Gas: A bala perfurou um de seus pulmões. Você teve um hemotórax, tive que te fazer uma punção pleural de emergência no avião devido a um colapso pulmonar que lhe causou insuficiência respiratória. Você chegou ao hospital quase morto. Te entubaram, operaram e vc ainda precisou de seis bolsas de sangue (se levantou dando voltas pelo quarto, como se falasse com si mesmo) sem mencionar a concussão cerebral causado pela explosão.

Peter: Ou seja, eu poderia estar morto (astuto)

Gas: Não é engraçado Peter! (o repreendeu como se fosse o irmão mais velho)

Cande: Não há um pingo de graça! (fechando a porta após entrar) Se quer se matar, faça sozinho. Só te peço que não meta os outros em suas missões suicidas. Agus foi baleado. Vc o arrastou para lá porque está tão amargurado que dá no mesmo morrer ou não.

Gas: Cande, não acho que seja o momento...

Peter: Não, deixa, quero ouvir o porquê estou amargurado (com um frio sorriso cínico)

Cande: A felicidade estava ao seu lado e vc a abandonou porque teve medo! Amar é sofrer pelo outro, e ela tinha tanto medo como vc. Ambos são uns malditos covardes encapasses de conversar. (o recriminou)

Peter: Pra ela deu no mesmo que a deixasse (rebateu)

Cande: Não, ela tinha medo de que te machucassem em alguma missão. Não podia suportar ficar sem saber se vc voltaria ou não (explicou mais calma, com tristeza) e não quis te obrigar a escolher entre ela e sua profissão, não achava justo fazer isto.

Peter: Quando ela disse tudo isso? Antes de desaparecer? (com ironia na voz)

Cande: EXATAMENTE! E você, como é tão controlador que não suporta que ninguém desobedeça a uma ordem sua, a deixou ir.

Peter: Vc não sabe de nada (fechou os olhos, ignorando-a)



Candela suspirou e saiu do quarto lançando um olhar exasperado pra Peter. Gastón observou seu amigo que permanecia com os olhos fechados. Concordava com o que Candela havia dito. Tão era à toa que todos pensavam o mesmo. O que Cande não sabia era o porquê de Peter não ter ido buscar Mariana depois do que havia acontecido no hotel, mas Gas tinha suas suspeitas. Suspeitava da culpabilidade e vergonha que guardava em seu interior por tê-la abandonado e haver permitido que o amor da sua vida estivesse a ponto de morrer. Esso era o que havia impedido que agora estivessem juntos. Peter não havia se perdoado e tentava erroneamente, de expiar sua culpa, arriscando-se em cada missão.  Com um suspirou, se sentou ao lado de Peter novamente, procurando as melhores palavras para expressar o que queria dizer. Respirou fundo...



Gas: Não acho que Mariana te culpe pelo que aconteceu naquela noite, Peter (sussurrou com cautela)

Peter: Não mencione o nome dela (sem olhar pra ele)

Gas: Vc deveria procurá-la e falar com ela (insistiu)

Peter: Procurá-la onde? Logo depois que se recuperou, fez quatro concertos e desapareceu. A imprensa diz que ela tirou umas longas férias. Faz quase um ano que ninguém sabe nada dela.

Gas: Tenho certeza de que vc saberá onde encontra-la. E acho que o mercenário já salvou o mundo o suficiente para se aposentar e deixar outros ocuparem esse cargo. Podia até compreender que vc entrou neste ramo para vingar a morte dos seus pais, mas faz anos que já teve sua vingança.

Peter: Não sei fazer outra coisa

Gas: Não, Peter, vc tem medo de mudar, é diferente.



Gastón deixou que o silêncio falasse por ele. Lentamente, se levantou e abandonou o quarto, deixando um Peter pensativo.





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