Capítulo 22 - Sentir falta
Peter aceitou o abraço. E, subitamente, tudo mudou.
O calor surgiu em ondas na barriga dela. Peter passou as mãos pelas costas de Lali e pressionou o corpo junto ao seu.
Lali se apoiou nos seus ombros; Peter se aninhou no pescoço dela.
Uma coleção de lembranças eclodia na sua mente — a primeira vez que fizeram amor. A primeira vez que ele desabotoou sua blusa, abriu sutiã, abaixou o zíper do jeans, deslizou a mão para dentro da sua calcinha.
Lali inclinou a cabeça para trás.
— Eu queria...
— Eu também. — Peter acariciou sua pele com os lábios.
Sem poder se controlar, Lali roçou o corpo no dele. Peter parecia mais forte, um pouco mais maduro, mais intenso. Lali podia sentir os feixes de músculos sob seus dedos.
— Me conta do que você sentiu mais falta — sussurrou Peter.
— Eu...
— Me conta.
De olhos fechados, Lali lutava contra uma onda de tontura.
— Suas mãos. Sua boca. — Peter lambia a concha da sua orelha, e os joelhos de Lali enfraqueceram. — Sua língua.
— Preliminares — ele murmurou.
— Sim. — E também sentiu falta de estar apaixonada, pensou. De se deixar enfeitiçar por ele. E de sonhar que foram feitos um para o outro.
Peter aproximou o seu rosto do dela. E por um momento, um momento silencioso e decisivo, nem ao menos se moveu.
Então a beijou.
Tão forte, tão áspero, tão desesperadamente que Lali sentiu como se estivesse montada sobre ele, devorando-o centímetro por centímetro.
Peter passou as mãos pelos cabelos dela, enrolando mechas em torno dos dedos, torcendo e girando, puxando com força sua cabeça para trás mais um pouco.
— Ficar dentro de você me fez falta. O calor. A umidade. Sentir você quente, lisa...
Lali sentiu o ritmo do coração dele esmurrar contra o peito, o fluxo da excitação masculina. Peter sentia a falta do orgasmo, a liberação final, a onda do seu corpo transbordando dentro dela.
— Venha para o meu quarto. — Ele a beijou novamente. — Fique comigo.
Lali queria isso, mais do que qualquer outra coisa.
— Por quanto tempo?
— Eu não sei. Não consigo pensar nisso. Não agora. — Peter segurou Lali, gentilmente, reverentemente. — Eu não posso prometer nada. Nunca pude.
Essa confissão apunhalou o coração de Lali, mas o toque dele, as mãos quentes, ágeis, desmentiam aquelas palavras.
— Você me deixa confusa.
— Preciso de você Lali.
— Eu preciso de você também. Então me ajude, porque eu preciso de você.
Aquilo foi tudo que faltava. Peter aconchegou Lali nos braços e a carregou até o seu quarto. Ele pousou Lali sobre a cama e se juntou a ela. Ela olhou dentro dos olhos de Peter, percebendo a estupefação, o desejo obscuro, o poder que exercia sobre ela.
Isto era perigoso, pensou Lali. Deixar que ele tivesse o que queria. Deixar que ele...
E então tudo aconteceu.
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