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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A família Lanzani - Capítulo 5

A família Lanzani



Capítulo 5 - Los Angeles




- O pai de Cande ameaçou Poncho. Mandou que ele ficasse bem longe da filha. Por isso, Vico e Cande estavam planejando um jeito de fugir da cidade, casar e desaparecer de vez. - Lali se endireitou no sofá, encarando Peter novamente. - Calculei que o pai dela fosse um político eminente, ou um oficial de justiça muito poderoso. Alguém que pudesse encontrar um modo de condenar Vico por um crime que ele não havia cometido, para mandá-lo de volta à prisão.



Muito bem. Como se Vico precisasse de desculpas para acabar na cadeia de novo, ou para atentar contra a sociedade. Peter costumava sair por aí com o irmão de Lali, e juntos cometeram transgressões sem importância, como os ladrões de galinha e os de fundo de quintal. Mas apenas Vico prosseguiu com seus crimes, promovendo-os ao patamar adulto de riscos. Para celebrar a graduação no segundo grau, por exemplo, ele assaltou a casa do diretor da escola. Vico fez aquilo de farra, uma atitude do tipo "Ei, otário, curve-se aos meus pés", o problema é que ele construiu o futuro seguindo exatamente a mesma filosofia.



 Um outro crime de Vico envolveu um pouco mais de perigo. E o seguinte lhe rendeu uma curta, porém memorável, temporada na prisão.



O bebê despertou com um choro comovente, interrompendo os pensamentos de Peter.

Lali saltou do sofá e correu em socorro do menino. Estendeu os braços e aconchegou a criança no colo, acalmando-a com murmúrios maternais.

- Eu preciso trocar a fralda e dar almoço a ele - disse Lali

Peter acenou com a mão, fingindo indiferença.

- Tudo bem.

Quando Miguel, tomado de curiosidade, cravou os olhos em Peter, Lali acompanhou o olhar do menino. E, por sua vez, Peter se revirou na cadeira, desejando que aquela minuciosa inspeção terminasse logo.

E finalmente acabou.

Lali colocou Miguel de volta no berço portátil, que parecia dobrar de tamanho como cercadinho. Um punhado de brinquedos acompanhou a criança para dentro da pequena gaiola. Apesar de limpo, parecia velho, provavelmente comprado em uma loja de artigos de segunda mão.



- Me conte o resto da história - exigiu ele, tomado subitamente de compaixão pelo garoto. Lembrou de ter sobrevivido do empréstimo de coisas usadas, pelo menos até o primo rico aparecer.

Lali tomou fôlego.

- Eu queria me despedir de Vico pessoalmente, vê-lo antes que desaparecesse. Ele avisou que depois que partisse com Cande não poderia mais me procurar.

Então, ela inventou a história da viagem para Los Angeles, concluiu Peter, deixando que ele acreditasse que estava participando de uma conferência.

- Você não deveria estar em contato com Vico, só para começar. Você me prometeu que iria cortá-lo da sua vida, que iria ficar bem longe dele.

- Eu sei, mas eu não podia fazer isso. Não em uma hora dessas.

Peter se deu conta. Durante todo aquele tempo, Lali jamais rompera os laços com Vico.



- Quando eu cheguei em Los Angeles, a coisa toda desmoronou. Fui direto para o apartamento do meu irmão no centro da cidade, e encontrei Cande lá, em prantos. Vico estava no chão, inconsciente. Ele tinha sido brutalmente espancado. Apenas um aviso enviado pelo pai de Cande para que se afastasse dela definitivamente.

- Eu ainda tentei discar para o serviço de emergência da polícia - continuou ela. - Mas Cande me implorou para não pedir ajuda, mesmo se Vico agora estivesse completamente coberto de hematomas, deitado sobre uma poça de sangue. Eu não sabia o que fazer. - Lali fez uma pausa angustiada, como se estivesse recordando todo o terror que sentiu naquela hora. - Então, Cande me pediu para ajudá-la a tirar Vico da cidade. E a cuidar dos seus ferimentos.

- E foi isso o que você fez?

- Foi, mas a tarefa dolorosa não parou por aí.

- Que tarefa dolorosa?...

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