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domingo, 24 de fevereiro de 2013

A família Lanzani - Capítulo 33

A família Lanzani



Capítulo 33


Ela agarrou o fone, sentindo o coração retumbar.
— Alô?
— Me desculpe o atraso — respondeu uma voz familiar.
Lali suspirou e acenou positivamente com a cabeça para Peter, que a observava, esperando a confirmação de que a pessoa do outro lado da linha fosse o irmão dela.
Llai afundou na poltrona, com o fone colado ao ouvido.
— Eu estava preocupada.
— Como vão as coisas entre você e Peter? — quis saber Vico.
— Estamos ficando mais próximos a cada dia. — Próximos, rezou ela, de um compromisso. — Peter é um bom pai. Tão bom quanto você esperava que fosse.
Um intervalo, e então um comovente...
— Como vai Miguel?
Olhou para o bebê. Ele mastigava um mordedor de borracha enquanto Chester roía um osso.
— Miguel está perfeito. Saudável e feliz. Ele adora o rancho.
— Sinto saudades dele.
— Eu sei. — Lali também sabia que essa conversa seria curta, apesar do sistema de criptografia. Vico não podia correr riscos, não mais. — O FBI esteve aqui.
— Por quê? O que eles queriam?
— Disseram que talvez possam ajudar. — Apanhou o cartão de Sims. — Os agentes deixaram seus nomes e telefones de contato. Anote tudo, está bem?
— Tem certeza de que esses homens são mesmo do FBI?
— Tenho. Peter conferiu todos os dados. — Lali leu as informações contidas no cartão, sabia que Vico estava rabiscando tudo com sua caligrafia de Einstein.
— Você vai ligar para eles? — ela perguntou.
— Eu não sei. Vou ter que pensar sobre isso.
— Quero que você esteja seguro. — Imaginou Vico, com seus ombros largos e sua face rude, angulosa. Ele aparentava ser tão durão quanto era na verdade. — Eu amo você.
— Eu amo você, também.
Palavras tão fáceis de se dizer, pensou Lali. Palavras fáceis entre irmãos. Olhou de esguelha para Peter. Difíceis entre amantes.
A voz de Vico falhou.
— Dê um beijo em Miguel por mim. Abrace-o, demonstre o quanto eu me importo com ele.
Seus olhos se encheram de lágrimas. Não podia fazer aquilo. Não podia contar ao irmão que Cande estava morta.
— Tentarei ligar outra vez. Eu só não posso garantir quando — afirmou Vico.
— Estarei preparada. — Lali iria manter o codificador a postos, de modo que a linha continuasse aberta para as chamadas do irmão.
— Agradeça a Peter por mim. Diga-lhe que... — Uma pausa forçada, um pigarro. — Apenas diga a ele que agradeço.
— Eu direi.
— Até logo, Ursa Morena. — Vico usou o apelido que dera a ela quando eram adolescentes. — E não se esqueça daquele beijo, daquele abraço para Miguel.
— Não vou me esquecer. Prometo que não vou.
Um segundo depois, a linha caiu, deixando apenas o silêncio ecoar no seu ouvido.
Pterer pegou o bebê no colo e se encaminhou na direção de Lali.
— Ele está bem?
— Vico parecia solitário. Distante. Como alguém que está tentando se proteger de emoções fortes. — Colocou o fone no gancho e tomou Miguel no colo, abraçando apertado, pressionando seus lábios na bochecha da criança. Um beijo de Vico, do papai que ele perdera. — Não me senti em condições de contar a ele sobre Cande
— Eu não a culpo por isso. — Peter enfiou as mãos nos bolsos, enrugando a testa de leve.
Permaneceram calados durante algum tempo, os dois pensavam a respeito de Cande, lembrando dela no leito de morte.
— O que você acha que ela sentia por Victoio? — indagou Peter. — Se Cande detestava os negócios do pai, então o que fez com que Vico, um dos capangas de Halloway, se tornasse tão atraente?
— As pessoas não podem escolher por quem se apaixonam.
— Me desculpe — disse ele. — Eu não quis insinuar que Vico não merecia Cande.
— Vico costumava dizer a mesma coisa. Que não era bom o bastante para ela.
Peter alisou uma mecha dos cabelos de Lali, confortando-a, tentando dissolver a melancolia, fazer com que aquilo se dissipasse no ar.
— Você está com fome? Posso preparar o jantar.
— O que você vai fazer?
— Qualquer coisa que você queira.
— Você decide. — Qualquer coisa cairia bem, qualquer coisa que reavivasse seu organismo debilitado.
Miguel cantarolava.
— Um... um... um — e ambos caíram na gargalhada. Peter pegou uma colher.
— Parece que alguém quer sobremesa.
Assim que ele raspou um pouco do pudim da tigela de plástico para o bebê, Lali falou:
— Vico me mandou agradecer a você.
— Sério? — Peter se voltou para ela e sorriu. — Acho que está dando certo. Nós dois como pais.
— Eu também acho. — Lali devolveu Miguel ao seu novo papai.
E quando os três se abraçaram, Lali permitiu que aquela sensação, a simples alegria de possuir uma família, tomasse conta dela por completo...


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