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domingo, 3 de março de 2013

Identidade Secreta - Capítulo 48

Identidade Secreta



Capítulo 48 - Sal de mi piel


Peter viu a placa da entrada de Cariló. Já era de noite. Se sentia nervoso como um estudante no primeiro dia de aula. Estava com a sensação de ter pedras no estomago. As ruas tranquilas do lugar foram se materializando diante dele. Entrou em um bairro residencial com casas rodeadas por belos jardins. Era um lugar tranquilo para ver seus filhos crescerem, pensou Peter. De repente parou em frente a uma casa de dois andares, um pouco menor do que as outras. Peter saiu do carro lentamente, observando a residência atentamente.

 (Frente)  (Fundo)



Aparentemente tinha o aspecto aconchegante, com as paredes de pedra e as janelas de madeira em estilo rústico. As luzes estavam apagadas, mas apesar de tudo, Peter caminhou até a porta. Tocou a campainha e esperou. Passaram vários segundos antes que voltasse a tocar, mas ninguém atendia. Será que Emi se confundiu com os números? Era um pouco atrapalhada. Não, não podia ser. Talvez Mariana tivesse ido comprar algo. Uma velhinha havia parado do outro lado do pequeno muro que separava a casa de Lali da do vizinho e o ficou olhando com curiosidade. Peter sorriu educadamente...



XxX: Tá procurando a Marianinha? (Peter permaneceu onde estava)

Peter: Sim... Sabe onde ela está?

XxX: É claro. Sou a vizinha, Senhora Suarez. A conheço desde que era um bebê... Está casa era dos pais dela. Hoje é a apresentação do coral das crianças do bairro. Já faz uns meses que Mariana é a professora de coral deles. Uma garota verdadeiramente encantadora.

Peter: E onde é essa apresentação? Preciso falar urgentemente com ela

Sra. Suarez: É no colégio. Fica a cinco quadras daqui.



Peter agradeceu e entrou eufórico no carro. Partiu rapidamente para seu novo destino. Não sabia por que, mas não conseguia imaginar Mariana como professora. Ele tinha certeza de que ela gostava de ensinar, principalmente porque às vezes era mais sabichona do que o normal, coisa que ele adorava, é claro. Peter desceu do carro apoiando-se na bengala. A perna dava pontadas dolorosas, mas ele ignorava enquanto se dirigia ao interior do colégio. Foi fácil descobrir onde todos se encontravam, apenas precisava seguir as pessoas e os gritos. Chegou ao ginásio do colégio. Parecia que já havia terminado a apresentação e que agora estava desfrutando da pequena festa, já que a cesta de basquete estava decorada com papeizinhos coloridos, também havia mesas cheias de comidas e bebidas por todos os cantos; um grupo de músicos tocava em um canto. Olhou ao redor desesperado, era impossível localizá-la entre tanta gente. Bufou frustrado e começou a caminhar entre as pessoas que conversavam animadamente ou dançava na pista. Alguns o olharam desconfiado, afinal de contas era um desconhecido, em um colégio cheio de crianças. Mas Peter continuou procurando com olhos atentos. Se ouviu um pequeno barulho em um dos cantos do palco. Todos se viraram para olhar o que estava acontecendo. Peter viu como as pessoas sorriam divertidas enquanto uma mulher era empurrada para o palco por um monte de crianças...



Peter: O que ta acontecendo? (perguntou a uma senhora que estava ao lado dele e que sorria satisfeita)

XxX: As crianças querem que a professora do coral, cante (respondeu a mulher)



Olhou para o palco e observou a garota que estava lá. Estava com o cabelo curto, muito mais curto que antes, desfiado com uma franja de lado e preto como carvão. Estava de óculos e vestida com uma calça preta que marcava seu belo quadril e um suéter vermelho com a gola dobrada que revelava uns seios maiores dos que ele lembrava. Por um momento duvidou que fosse ela. Era ela e não era, havia algo diferente em seu olhar, em seus olhos, algo como tristeza misturado com uma grande ternura enquanto tentava fazer as crianças desistirem...



Mariana: Pelo jeito não tenho mais escolha a não ser cantar alguma coisa (pegando o microfone entre as mãos)



Peter engoliu saliva. Avançou em direção ao palco enquanto todos aplaudiam felizes. A observou se mover pelo palco para falar com os músicos. Estava desorientado. A Mariana magrinha que ele havia conhecido, não era a que estava ali em cima, aquela era uma mulher madura com curvas que antes não tinha. A musica começou e Peter sentiu uma pontada no coração. Mariana se esforçou muito para que sua voz não se ouvisse como sempre. Mas ele reconheceria aquela voz em qualquer tessitura. Pelo menos algo não havia mudado, algo que o fazia se sentir em casa. E também um pouco esperançoso...





Mariana: “Ya no estás

Desde ayer
Llueve sal
Sal de mi piel
Te miré
Junto a mí
Desperté
Supe que no estabas ahí

Trata de entender
Que no puedo olvidarte
Sacarte de mí
Respiro no puedo
Me ahoga mirarte, pensarte
Sal de mi piel”



Aquela era a canção que estava no papel que Emi havia entregado a Peter. Se não soubesse que ela não o esperava, haveria pensado que estava cantando diretamente para ele.




“Recordar un mar de miel
Amargo amor te digo adiós
Huele a ti
En cada rincón
En cada canción
Y me mata dejarte ir

Que no puedo olvidarte
Sacarte de mí
Respiro no puedo
Me ahoga mirarte, pensarte
Sal de mi piel
Sal de mi piel

Y te amo, Y te odio
Y te amo

Y no puedo olvidarte
Sacarte de mí
Respiro no puedo
Me ahoga mirarte, pensarte
Sal de mi piel
Sal de mi piel”






Caminhou em direção ao palco com dificuldade. Manter uma posição estática durante um tempo ainda lhe produzia dores severas. As pessoas se reuniam ao redor de Mariana, parabenizando-a. Mariana agradecia sorrindo para todos. Ele a observou com olhos ávidos desejando que ela levantasse o olhar em sua direção, chamando-a com o pensamento. Mariana sentiu um calafrio, notava que alguém a olhava fixamente. E então levantou o olhar estudando com cuidado o que estava ao seu redor, até que de repente se encontrou olhando de frente, uns penetrantes olhos verdes... Todos pensamentos abandonaram sua mente. Seu corpo estremeceu entre o prazer de voltar a vê-lo e o medo de ter que enfrentá-lo. As pessoas, confusas pela sua reação se afastaram, seguindo a mirada da morena. Isto lhe permitiu observá-lo dos pés a cabeça. Peter havia perdido peso, era como se tivesse esvaziado. Apertou as sobrancelhas quando Peter avançou mancando. Esteve tentada a recuar quando ele ficou a poucos passos de distancia...



Peter: Pequena (Com um sorriso inseguro que dançava em seus lábios)

Mariana: Peter (meio atordoada, sem saber o que dizer)







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