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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A família Lanzani - Capítulo 20

A família Lanzani


Capítulo 20 - Sentiu minha falta?


Peter se aproximou da garota, batendo no seu ombro com um sorriso demoníaco.

— Não é bem o meu ego que você estaria insuflando, querida. Oh, por favor. Admita. Você adora a ideia de me deixar excitado. De me deixar completamente maluco.

Será? Bem, talvez só um pouquinho.

Está bem, gostava muito, mas aquilo era irrelevante.

— Outras pessoas fazem isso — continuou Peter. — Eugenia sentiu-se solitária uma noite e ligou para Nicolas. Claro que isso aconteceu faz tempo. Antes de se casarem.

Chocada, Lali arregalou os olhos.

— E como você soube?

— Ora, Nicolas me contou.

— E por que ele contaria uma coisa dessas?

— Porque eu acabara de mencionar o quanto estava curioso sobre aqueles serviços de telesexo. E ele meio que riu, e então disse que...

— Você realmente pensou em pagar a alguém para dizer coisas sujas para você? — Lali ficou perplexa, olhando para Peter, imaginando o que se passara com ele enquanto esteve fora.

— Suponhamos que a Máfia ouvisse isso. Achariam que sou um pervertido, hein?

Ferida e com ciúmes, Lali se afastou dele.

— Mas você é.

— É mesmo? Bem, adivinhe só. Ligarei para você amanhã. Direto do meu escritório. — Seu olhar parecia aguçado, sombrio e letal. — Quando você estiver seminua. E ainda deitada.

Na tarde seguinte, Peter chegou em casa e encontrou Lali de quatro, cavando na terra. Extravasando a frustração sexual, esperava ele. Soltando fumaça por causa da ligação que Peter não fizera.

Esquivou-se pelas costas da moça.

— Eu trouxe o almoço para você.

Lali se voltou para a sua direção, fuzilando Peter com os olhos. Seu jeans estava completamente manchado, e os cabelos estavam repuxados para trás, em um rabo-de-cavalo desalinhado. Sua pele já brilhava devido ao sol forte.

— Não tenho fome.

Peter ergueu a bolsa de papel.

— É que babe de camarão. Recém-saído da grelha do Chef Gerard. — Sabia que Lali enlouquecia com as refeições que o gourmet preparava no rancho. — E também tem torta de banana com creme.

Torceu o nariz.

— Estou plantando minha horta.

Peter se dirigiu para o bebê. Miguel estava sentado na sombra, dentro do seu novo cercadinho, divertindo-se com bolas, blocos e brinquedos de apertar.

— Olá, parceiro.

O menino olhou para cima e sorriu.

— O que foi que você disse? Você quer provar o almoço da mamãe? Aposto que você vai gostar da torta. — Ignorando Lali, Peter abriu o saco e retirou a sobremesa.

O menino aceitou o bocado, gananciosamente, engoliu e cantarolou — Um... um... um — antes de abrir a boca novamente para outro pedaço.

Peter serviu uma nova porção, e depois uma terceira.

— E, então — perguntou a Lali —, o que levou você a decidir plantar uma horta?

— Você sabe muito bem que faço isso toda primavera.

— Mas você só vai ficar dois meses. Parece desperdício de tempo para mim.

Indômita, espantou uma abelha, abanando a mão convenientemente protegida por uma luva. As abelhas sempre se apinhavam em volta dos cabelos dela, atraídas pela cor. Como Peter.

— É alface e abóbora. Terei todo o tempo de colher antes de partir.

— Você está tentando se manter ocupada. Tentando bloquear sua mente de qualquer pensamento a respeito de falar coisas sujas para mim.

— Você está sonhando.

— Sim, claro. Você está morrendo de raiva porque eu não liguei.

— Claro que não. — Lali ficou de pé, observando enquanto Peter dava a torta para Miguel.

Peter deu uma olhadela marota para a moça, e comeu um pedaço de torta, só para deixá-la ainda mais irritada.

— Está com raiva, sim.

— Está bem, talvez esteja mesmo. E por que não? — Espantou de novo aquela abelha insistente, sem se preocupar com o ferrão. — Você me deixou esperando. Passei a manhã inteira aborrecida. Aguardando que você tentasse ligar até que eu atendesse.

No entanto, ele não ligou mesmo. E, de algum jeito, isso só piorara as coisas. Uma rejeição, Peter supôs.

— Eu não estava falando sério sobre deixar a Máfia escutar.

— Ah, estava sim.

— Está bem, talvez estivesse mesmo — retorquiu Peter, arremedando a frase com a qual Lali, desdenhosamente, admitira a verdade. — Você não pode me culpar. Estou cansado de ser o namorado abandonado. O panaca que ficou aqui esperando você voltar.

— Não esperou.

— Você está insinuando que eu fiz sexo com outras mulheres?

— Se não fez, pelo menos pensou.

— Ora, mas claro que pensei. Você passou 18 meses fora. Um ano e meio — enfatizou ele, chafurdando na torta outra vez.

Lali arrancou as luvas.

— Eu não pensei em dormir com outros homens.

Ótimo. Agora ela iria derramar uma tonelada de culpa sobre ele.

— E como eu poderia saber disso? Você sumiu. Desapareceu. Nenhuma ligação. Nem um "Vejo você mais tarde, amigão".

Miguel reclamou e Peter percebeu que ele estava esperando mais uma porção, outra colherada como as que encheram sua própria boca.

— Desculpe, parceiro.

Lali bufou.

— Se Miguel ficar hiperativo por causa de todo esse açúcar, vou fazer você ficar acordado com ele a noite toda.

— Como se eu não tivesse nada mais para fazer. — Ir até o bar mais próximo, por exemplo, pensou Peter. Afogar sua solidão com cerveja. — Eu devia ter transado. Devia ter encontrado uma nova amante. E relaxado um pouco



A voz de Lali enregelou, frígida e cortante.

— E por que não fez nada disso?

— Porque sentia saudades de você. Você. — Ele quase rosnou. Sua obsessão. A morena que não saía do seu pensamento. — E eu também não queria lidar com um monte de porcaria sentimental com mais ninguém. — Quando você leva uma mulher para a cama, ela pensa que é sua dona, refletiu. Ou então começa a pensar em você como sua propriedade, definhando por causa dela dia e noite- do mesmo jeito como sofrera por Lali pensou Peter — Mulheres são um pé-no-saco.

Lali ajeitou o rabo-de-cavalo desgrenhado, cravando aqueles deslumbrantes olhos castanhos em Peter. Sua blusa farfalhava com o sopro suave da brisa, ajustando o tecido leve de algodão contra o corpo.

— Sentiu tanto assim minha falta?

— Acabei de dizer que senti, não foi? — Uma confissão extremamente tola da qual desejou se retratar.

O olhar de Lali não desistiu. Ela não piscou nem desviou de Peter sequer por um segundo.

— Então, o que foi que você fez?

— A respeito de quê?

— Sexo.

Peter vislumbrava os seios dela, os mamilos rijos despontando sob a blusa, e depois amaldiçoou a si mesmo por reparar, por se importar.

Que diabos Lali pensava que ele fizera? Que entrara para um mosteiro?

— Eu ficava bêbado e assistia a filmes pornô — atirou de volta.

Lali engasgou.

— Você não fez isso.

— Ah, mas fiz mesmo. — A reação puritana de Lali o fez sorrir, especialmente depois de todos os jogos eróticos que costumavam fazer um para o outro. — Eu possuo uma coleção de filmes adultos que deixariam você de cabelo em pé.

— Oh, credo. — Miss Inocência simplesmente sentou e o encarou.

Peter ria, sacudindo o saco de que babes com desdém.

— Coma o seu camarão, mocinha. E mais tarde passo um filminho para você.

Agarrou o saco de papel, e o menino gargalhava.

— Você é horrível, Peter.

— E você ainda está louca porque eu não liguei.


— Pode ser. — Lali fez o espeto deslizar, sugando um camarão e esperando ter deixado claro que, em algum lugar bem lá no fundo, ela também era terrivelmente cruel...

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