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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A família Lanzani - Capítulo 25

A família Lanzani



Capítulo 25 - Onde está Vico?


Peter manobrou, os pneus cuspindo os cascalho para todos os lados. Lali e os engravatados se viraram, e pôde perceber o alívio no rosto dela.

Estacionou o veículo na vaga e ajustou a postura dos ombros, pronto para defender a mulher com quem estava dormindo. Alcançou os degraus da varanda, e Lali disse o seu nome.

— Peter. — Sua voz pareceu tênue, levemente mais alta do que um sussurro.

Afagou a face dela com um beijo enamorado e encarou os engravatados, deixando que sua disposição para enfrentá-los ficasse bem clara.

Por um instante ninguém falou, então Peter se dirigiu ao mais velho dos dois homens, um distinto espertalhão da cidade com têmporas grisalhas e um paletó escuro.

— Você se importaria em me contar quem são vocês?

O intruso exibiu um distintivo e uma credencial.

— Agente especial Sims.

FBI?

Ora, bolas. Peter hesitou, estudou o brasão, a credencial do governo.

— Por acaso eu sou Peter Lanzani E esta é minha casa. Meu rancho. — Finalizando a apresentação, aproximou-se de Lali. — Minha mulher.

Sims inclinou a cabeça.

— Sim, nós conhecemos a senhorita Espósito. — Indicou seu parceiro. — Eu e o agente especial Hoyt.

Peter deu uma espiadela em Hoyt. Trinta e poucos anos, cabelo avermelhado, gravata barata ligeiramente deformada. Voltou-se para Sims.

— Então, a respeito de quê é isso tudo?

O homem mais velho manteve uma postura profissional, um porte contido.

— Esperávamos que a senhorita Espósito pudesse nos ajudar a localizar Victorio D´Alessandro.

Peter xingou em silêncio, sentindo Lali se mexer desconfortavelmente ao lado dele.

— Sabemos que o senhor Espósito é afiliado à Família da Costa Oeste — afirmou Sims.

— Victorio está sendo investigado? — perguntou Peter.

Digamos que estamos interessados na sua associação com Enrique Halloway.

Os olhos castanhos de Lali se enevoaram.

— Eu já disse, não sei onde Vico está.

— Seu irmão está em apuros, senhorita Espósito. — O agente especial Hoyt conferiu aquele pequeno toque, então endireitou a gravata, sua pele sensível ressecada pelo vento. — E vocês devem torcer para que nós o encontremos antes de Halloway.

Ofendido, Peter deu um passo adiante.

— Onde estava o FBI quando eu registrei a queixa no departamento de pessoas desaparecidas? Quando Lali e seu irmão sumiram do mapa? Por que ninguém me contou que Victorio estava envolvido com a Máfia? E que minha garota acabou metida nessa confusão?

Hoyt, por seu próprio mérito, manteve sua posição, apesar de Peter ter se esforçado ao máximo para empurrar o agente baixote e franzino contra a grade da varanda.

— Não tínhamos conhecimento de que o senhor Espósito era parte da Família da Costa Oeste naquele tempo.

— Victorio fugiu com a filha do chefe.

— Naquela época, essa associação pessoal com a senhorita Halloway não o tornava suspeito de ser integrante da organização do pai dela.

Mas alguma coisa o fez, pensou Peter. Uma investigação na qual o FBI estava trabalhando atualmente.

Sims tomou a frente mais uma vez. Entregou a Lali um cartão de visitas, e como a moça se recusou a aceitá-lo, ofereceu a Peter.

— Acreditamos que podemos ajudar o senhor Espósito.

— Como? — Peter arrancou o cartão da mão do agente.

— Preferimos discutir isso com o senhor Espósito. Por isso, se tiverem notícias dele, se ele os contatar, por favor, diga para nos procurar.

Dito isto, Sims sorriu brevemente, agradecendo a atenção e desejando um bom dia. Hoyt não fez nem uma coisa nem outra. Seguiu seu parceiro até o carro, deixando Peter e Lali a sós.

Os joelhos de Lali enfraqueceram. Peter continuou ao seu lado, forte e alto na sua camisa de algodão e jeans estilo cowboy. Sua rocha. Seu protetor.

Peter se virou para Lali, uma ruga vincou sua testa.

— Você acha que podem ser uma dupla de capangas de Halloway se fazendo passar por agentes do FBI?

— Qualquer coisa é possível. — Qualquer coisa mesmo, ela pensou.

Peter analisou o cartão na sua mão.

— Vou checar isso aqui. Vou me assegurar de que eles são mesmo o que dizem.

— Só queria que isso tudo acabasse. — Mas como acabar? Seu irmão seria caçado para o resto da vida, e ela continuaria a espiar por cima dos ombros, a desconfiar de todo mundo que aparecesse na sua frente.

— Vamos entrar. — Peter abriu a porta, enfiou o cartão na sua carteira. — Onde está Miguel?

— Cochilando. Mas acho que devíamos dar uma olhada nele. — Para vê-lo dormir, para rezar para que a criança permanecesse sob seus cuidados para sempre.

Juntos,Lali e Peter entraram no quarto do bebê, e ela avançou vagarosamente até o berço. Os olhos de Miguel estavam fechados, as pernas dobradas debaixo dele, o traseiro acolchoado apontando para cima.

— Está tudo bem. Vamos. — Peter tomou a dianteira até a porta. — É melhor sairmos antes que acordemos Miguel.

Deixando a criança a sonhar, os dois foram para a cozinha, preparar café e esquentar croissants.

— Vim para casa para saber como foi o seu dia — explicou Peter, adicionando quilos de pó no filtro de papel.

— Com exceção de Sims e Hoyt, tudo deu certo.

— Maria disse que Miguel estava irrequieto.

— Só um pouco. — Agora a lembrança a deixou angustiada. O bebê engatinhou pelo chão do escritório, puxou os fios do telefone, derrubou a lata de lixo e gemeu para ganhar a atenção dela. Da próxima vez, ela iria balançar o menino no colo em vez de perder a paciência e carregá-lo de volta para casa.

— Ele vai entrar na rotina. Vai se acostumar com o meu escritório.

Peter encheu a garrafa de água. Ele fez um bule de café terrível, mas, naquele momento, Lali não ligou. Tudo o que importava era estar perto dele.

— Obrigada — disse ela.

— Pelo quê?

Por tratar o filho do Vico com carinho, por enfrentar aqueles homens, por chamá-la de sua mulher.

— Por ser meu amigo. — Lali encontrou o olhar dele, adorando-o. — E meu amante.


— Acredite em mim, o prazer é todo meu...


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