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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Paperweight - Gastochi - Capítulo 1

Paperweight - Gastochi


Capítulo 1 - Quem sou eu...




Wilmington, 2000

Meu nome é Gastón Dalmau. Nasci em 1977 e cresci em Wilmington, Carolina do Norte, uma cidade que ostenta orgulhosamente o maior porto do estado, bem como uma historia longa e vibrante, mas que hoje me parece mais uma cidade surgida por acaso. Certo, o clima é ótimo e as praias perfeitas, mas a cidade não estava preparada para a onda de ianques aposentados que vieram do norte em busca de um lugar barato para passar a melhor idade. Como qualquer cidade, Wilmington tinha partes ricas e pobres. Meu pai tinha um dos empregos mais seguros e sólidos do planeta e nossa família vivia bem. Sem luxo, mas bem. Morávamos perto da área rica para que eu frequentasse um dos melhores colégios da cidade. No entanto, ao contrario da casa dos meus amigos, a nossa era velha e pequena; parte da varanda já estava começando a cair, embora o jardim tivesse seu charme.

Nós éramos totalmente diferentes um do outro. Enquanto ele era sedentário e introspectivo, eu estava sempre em movimento e odiava ficar sozinho; ele dava muito valor à educação; para mim, a escola era um clube para socializar e praticar esportes. Ele tinha má postura e andava de um jeito estranho; eu saltava de um lado para o outro e pedia o tempo todo para que ele marcasse o tempo que eu levava para ir e voltar do quarteirão. Nossas feições também eram totalmente diferentes; ele tinha cabelo castanho e encaracolado e eu cabelos castanho claro e lisos, minha pele morena ficava profundamente bronzeada já em maio. Ele me criou sozinho, minha mãe nos abandonou, eu não cheguei a conhece-la mas sei que eu era a cara dela. Meu pai fala que ela chama Gimena e tinha cabelos iguais aos meus, o mesmo olho e tom de pele.

Acho que meu pai era feliz, digo isso porque ele não demostrava emoções, abraços e beijos foram raros na minha vida e quando vinham pareciam sem vida. Sei que ele me amava pela maneira que dedicou sua vida para cuidar de mim, mas ele tinha 43 anos quando nasci, parte de mim achava que ele seria melhor como monge do que como pai. Ele era o homem mais silencioso que já conheci, sempre vivia na rotina onde determinava o dia certo da semana para fazer alguma comida. Ele não namorava nem passava a noite jogando pôquer com os amigos, o telefone permanecia em silencio e quando tocava ou era cobrador da operadora ou engano.

Eu passava a maioria das noites sozinho. Com os deveres do dia concluídos, meu pai se enfiava em seu escritório para analisar suas moedas. Meu pai tinha herdado essa coleção de moedas, que foi do meu avo, bisavo... a coleção já era muito antiga, quando eu era criança meu pai e eu viajamos longe para buscar uma nova moeda para sua coleção. esse era o único assunto que tínhamos em comum por um tempo. Porque em mina adolescência eu fui um garoto fútil que o chingava toda vez que ele tentava puxar assunto comigo. Depois de um tempo, ele desistiu aí a casa se tornou mais silenciosa. Demorei muito para me amadurecer, depois de uns 3 anos sem trabalho eu decidi me inscrever no exercito.

Hoje, eu estou voltando para casa de meu pai por causa das licenças. Quando cheguei foi a mesma coisa, meu pai só cumprimentou e almoçamos juntos, sem um pio de ninguém. Quando acabamos ele foi arrumar a cozinha e analisar suas moedas, e eu fui surfar. Minha grande paixão era o surfe. Peguei minha velha prancha na garagem de casa e fui.

Era o inicio de junho de 2000, a temperatura já estava quente e a água refrescante. De cima da prancha, vi um grupo de pessoas carregando malas para uma das casas além das dunas. Como já disse, a praia de Wrightsville sempre foi cheia de famílias que alugavam casas por uma ou duas semanas, mas as vezes, quem vinham passar o fim de semana eram os universitários de Chapel Hill e Railegh. Esses últimos me interessavam, e notei um grupo de estudantes de biquíni tomando sol no deck dos fundos de uma casa próxima ao píer. Observei-as um pouco apreciando a vista, depois peguei outra onda e passei a tarde perdido em meu próprio mundinho.

Peguei uma garrafa de cerveja da loja da esquina e fui sentar-me no píer para apreciar o por do sol. Foi quando a vi andando pelo píer, na verdade foram duas garotas. Uma era alta e loira e a outra pequena e morena ambas um pouco mais novas do que eu. Ambas usavam shorts e camisetas, a morena carregava uma bolsa. Elas se aproximavam de mim.

Peter: ei.

Elas riram e a loira respondeu.

XXX: oi estranho. aposto que as ondas estavam ótimas hoje.

Ela e a amiga seguiram até o final do píer, e vi dois garotos indo atrás delas. Um provavelmente era namorado da morena e outro estava dando em cima da loira e não tinha sucesso. Senti uma leve pontada de ciúmes quando vi essa cena, mas não sei porque. Ele se aproximava cada vez mais dela, que desajeitada deixou cair a bolsa no mar.

GGG: o que foi?

XXX: você deixou cair minha bolsa! A meu Deus!!

GGG: desculpe, vou pegar.

XXX: minha carteira estava lá.

Eu por impulso fui rapidamente pegar a bolsa, mergulhei e peguei-a entregando para a menina.

Gás: aqui.

XXX: obrigada, como é seu nome cavalheiro?

Gás: Gastón e o seu?

XXX: sou Rochi.

Gás: prazer...ah, estou indo.

Rochi: Gastón! Vai ter uma fogueira lá em casa a noite, com comida e bebida... vamos?

Gás: acho melhor não...

Rochi: vem, vai ser divertido!

Gás: ok.

E fui com eles para a casa de praia de Rochi a estranha linda que eu acabara de conhecer.

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