Capítulo 8 - Droga! Droga! Droga!
Peter espiou Lali com o canto dos olhos.
— Ajuda com o quê?
— Com o bebê.
Voltou-se para Miguel. O garoto testava os limites da sua prisão, e apoiando nas laterais para chacoalhar o cercado.
— Como assim?
— Preciso que você se comprometa a ser o pai dele.
Peter sentiu a pulsação disparar no braço.
— Mas você disse que a Família da Costa Oeste já pensa que eu sou o pai.
— Eu sei, mas todas as outras pessoas também precisam pensar a mesma coisa. Se nós não sustentarmos a farsa, os gângsteres podem descobrir a verdade.
— Você não tem o direito de me pedir uma coisa dessas. Esperar que eu crie o filho do seu irmão.
— Não espero que você faça isso para sempre, só por alguns meses. Eu pensei em todos os detalhes — revelou Lali. — Vou ficar no Texas por alguns meses, e então poderemos fingir que reatamos. Mas nossa tentativa de renovar nosso relacionamento vai fracassar, e eu deixarei a cidade para começar uma nova vida. Para manter as aparências, vamos continuar em contato para conversar sobre o bebê. Você será o pai preocupado, mas sem precisar se envolver muito.
— O que a faz pensar que eu não quero uma nova mulher na minha vida, ou que não possa estar saindo com alguém? — retrucou Peter, fazendo com que ela se lembrasse quanto tempo esteve fora.
A voz de Lali estava trêmula.
— E você está saindo com alguém? Está ou não?
— Não. — Apesar de não poder responder o contrário, Peter se alegrou, percebendo que apenas a sugestão sacudira Lali, e que ele havia plantado a semente da dúvida para que ela ficasse imaginando. Do mesmo jeito que ele imaginara, por 18 meses extenuantes, se ela havia fugido com outro homem, e se aquela era razão pela qual Lali desaparecera.
— Você devia, ao menos, ter arriscado uma única ligação, Lali. Devia ter me ligado. Só uma vez.
— Eu quis ligar. Foram tantas às vezes em que eu quis ligar para você.
— Mas não o fez.
— Eu pensava em você todo dia.
Peter também pensava nela. Lali estava sempre lá, o belo fantasma do seu passado, a garota que desaparecera.
— Por que você não pensou em mim antes de ir para a Califórnia? Antes de se enrolar toda nessa confusão?
— Você não permitiria que eu encontrasse com Vico. O que mais eu poderia ter feito?
Cínico, Peter desviou-se do assunto.
— Victorio D´Alessandro, tudo sempre diz respeito a ele.
— Dessa vez diz respeito a Miguel. Uma criança inocente. — Os olhos de Lali estavam úmidos. — Por favor, entenda. Isto é importante. Mais importante do que você possa imaginar. O pai da Cande, provavelmente, vai manter um olho em nós, apenas para saber se o Vico nos procurou. Obviamente, Halloway vai tentar extrair informação de conhecidos nossos. Por esse motivo, precisamos ter certeza de que cada pessoa com quem nos relacionamos acredita que Miguel é nosso filho. Se vazar qualquer rumor que
— Dois meses — ofereceu Peter. — Mas eu vou explicar toda essa falcatrua para meu primo.
— Não! — Lali quase decolou do sofá. — Você não pode contar a ninguém, a nenhuma alma viva. Este tem que ser nosso segredo, a mentira que levaremos para o túmulo.
— Isto não está certo. — Peter não mentia para o primo desde que era garoto, um jovenzinho eloqüente que não dava a mínima para ninguém a não ser ele próprio.
— Por favor. — Lali foi até o bebê, tomando-o nos braços. — Por favor.
Droga. Droga. Droga.
— Tudo bem — concordou, enquanto aquele sorriso babado escavava um caminho indesejável rumo ao seu bom senso. Estará tudo terminado em dois meses, conformou-se. ele é filho de Vico...
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