Seguidores ;)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A família Lanzani - Capítulo 4

A família Lanzani


Capítulo 4 - Oh, claro!




- Bom dia - cumprimentou Lali.

- Oh, claro. - Peter inclinou a cabeça como um garanhão puro-sangue, simulando ironicamente um brinde com a xícara de café. - Bom dia.

Ignorando o sarcasmo, Lali ajustou o detector. Estava muito empenhada retirando a poeira da velha escrivaninha, e de todas as coisas depositadas sobre o móvel.

- A que horas você sai para trabalhar? - inquiriu Lali

- Quando eu achar que devo.

Lali sabia muito bem que ele fazia o próprio horário. Peter e o primo administravam um rancho turístico de prestígio nas montanhas, mas ele nunca teve o hábito de bater o cartão no relógio de ponto.

E já que o assunto era esse, muito menos ela. Lali era a coordenadora de eventos do rancho, uma função que, de um jeito ou de outro, acabou deixando por conta de Peter.

Ela continuou varrendo, enquanto Peter bebericava o café, sem conseguir aquecer seu estômago.

Lali levou todo o equipamento para o quarto de Peter, que percebeu que aquele fora o único cômodo que a moça não havia revistado. Aparentemente, ela estava de pé desde o amanhecer, inspecionando a casa.



Pete permaneceu na sala. A idéia de que sua casa precisava de uma "limpeza" daquele o estava deixando doente. Ele se recusava a considerar a hipótese de ter estranhos bisbilhotando sua vida, invadindo sua privacidade - como as vezes em que se xingava sozinho, resmungava com a TV ou socava as paredes por pura frustração.

Tudo por causa de Mariana.

Quando Lali voltou, ele já tinha preparado um segundo bule. Peter pensou em acender um cigarro, mas voltou atrás ao supor que fumar perto do garoto não seria correto.

- Não encontrei nada. - Lali sentou no sofá e acomodou sua xícara na extremidade da mesa. - Mas não posso estar segura quanto aos telefones. Eu não tenho a habilidade necessária para detectar tipos mais sofisticados de escuta eletrônica ou de grampos.

- Seu irmão não te ensinou? - perguntou Peter, incapaz de reprimir o tom de desafio.

Lali apenas suspirou.



- Um grampo pode ser instalado há quilômetros de distância do local desejado. E um transmissor de rádio pode ficar escondido a até seis metros de altura.



- Então, o que vamos fazer?

- Evitar conversar sobre assuntos confidenciais no telefone.

Peter franziu a testa.

- Só isso?

- Não. Eu tenho o número de um velho amigo de Vico. Alguém em quem meu irmão confia. Ele é especialista em comunicações e vai checar as linhas telefônicas. Eu só não sei quando.

- Ótimo. Seja como for. - Peter estava cansado do romantismo dos jogos de espião em que Vico sempre conseguia envolver Lali. Queria respostas desta vez, só para variar.

E agora.



- Fale - ordenou ele. - Me conte o que está acontecendo.

As mãos habilidosas de Lali começaram a tremer.

- A razão pela qual eu fui embora?

Peter arregalou os olhos em decepção.

- E por que você ficou longe durante tanto tempo.

- Claro, tudo bem. Você merece saber toda a verdade.

Peter franziu a testa. Ouviu direito, ela murmurou a palavra verdade? Ou foi apenas sua imaginação? Afinal, a voz de Llai soou quase tão silenciosa quanto um pensamento.

- Assim que você estiver pronta - alfinetou.

- Vico me ligou da Califórnia - começou Lali. - Estava saindo às escondidas com uma garota chamada Cande, uma universitária de família rica, e pretendia se casar com ela.


Peter ergueu as sobrancelhas ao ouvir aquela última frase, mas manteve a boca fechada, permitindo que Lali continuasse...

Um comentário:

Deixem sua opinião sobre o que acharam da postagem! ;)

Clipe da semana