Capítulo 39
Noventa minutos depois, Miguel já estava sentado sobre a mesa de exames do consultório, fazendo uma careta aborrecida para o gentil e velho médico.
— Está tudo bem, Miguel. — Peter passou a mão pelas costas da criança. — Todas as pessoas da cidade vêm aqui quando estão doentes, incluindo eu mesmo. O Dr. Mills sabe o que está fazendo.
O homem grisalho deu uma risada.
— Você também era um paciente rabugento quando menino. — Apalpando e cutucando, o médico examinou a criança.
— Ele está com uma infecção, não é mesmo?
— Uma infecção branda, mas precisamos cuidar bem dela. — O médico prescreveu um antibiótico, ajustando os óculos que estavam escorregando pelo seu nariz.
— Eu disse à mãe dele que tudo estaria bem hoje.
— E está. O seu filho logo estará se sentindo melhor. — O Dr. Mills olhou atentamente para Peter por um instante, com um tom mais grave.
— Estou feliz que Lali tenha voltado. Eu estava preocupado com ela.
— É. Eu também.
— Eu sabia que ela estava grávida, mas não tinha liberdade para divulgar a informação naquela época. Calculei que você fosse o pai, mas logo depois ela desapareceu, fiquei sem saber o que pensar.
— Lali veio ver o senhor? Antes de ir para a Califórnia?
— Certamente que veio. Entreguei a ela o resultado da análise pessoalmente. — O médico afagou a bochecha de Miguel. — E aqui está nossa prova. Um belo garotinho Cherokee.
— Sim. — Peter levantou Miguel e fingiu um ar despreocupado, embora seu coração estivesse esmurrando seu peito.
Se Lali estava grávida, então onde, Deus do céu, estaria a criança?
Lali chegou em casa e encontrou Peter caído no sofá, hipnotizado diante da TV, saltando os canais com o controle remoto. Ele se virou para ela, os olhos muito sombrios. Estaria zangado? Deprimido? Cansado?
— Qual é o problema? — perguntou Lali.
— Levei Miguel ao médico hoje.
— Minha Nossa Senhora, por quê? — Impaciente, ela pousou a bolsa sobre a mesinha de centro. — Ele está doente? Ele se machucou?
— Ele tem uma infecção no ouvido. Mas o médico disse que vai sarar logo. Dei o antibiótico e o coloquei para dormir.
— Sinto muito que você tenha passado por isso sozinho. Eu deveria estar aqui. Eu deveria...
— Eu tive uma conversa interessante com o Dr. Mills, Lali. Você não acreditaria no que ele me contou.
Um silêncio profundo tomou conta do ambiente. Lali esperou a bomba cair, o passado explodir bem no seu rosto.
— É verdade? — inquiriu Peter. — Você estava grávida quando foi embora?
Um calafrio percorreu dela espinha.
— Estava — Lali respondeu. — É verdade.
— O que aconteceu com o bebê?
Lágrimas afloraram nos olhos dela.
— Ele nasceu morto...
— Está tudo bem, Miguel. — Peter passou a mão pelas costas da criança. — Todas as pessoas da cidade vêm aqui quando estão doentes, incluindo eu mesmo. O Dr. Mills sabe o que está fazendo.
O homem grisalho deu uma risada.
— Você também era um paciente rabugento quando menino. — Apalpando e cutucando, o médico examinou a criança.
— Ele está com uma infecção, não é mesmo?
— Uma infecção branda, mas precisamos cuidar bem dela. — O médico prescreveu um antibiótico, ajustando os óculos que estavam escorregando pelo seu nariz.
— Eu disse à mãe dele que tudo estaria bem hoje.
— E está. O seu filho logo estará se sentindo melhor. — O Dr. Mills olhou atentamente para Peter por um instante, com um tom mais grave.
— Estou feliz que Lali tenha voltado. Eu estava preocupado com ela.
— É. Eu também.
— Eu sabia que ela estava grávida, mas não tinha liberdade para divulgar a informação naquela época. Calculei que você fosse o pai, mas logo depois ela desapareceu, fiquei sem saber o que pensar.
— Lali veio ver o senhor? Antes de ir para a Califórnia?
— Certamente que veio. Entreguei a ela o resultado da análise pessoalmente. — O médico afagou a bochecha de Miguel. — E aqui está nossa prova. Um belo garotinho Cherokee.
— Sim. — Peter levantou Miguel e fingiu um ar despreocupado, embora seu coração estivesse esmurrando seu peito.
Se Lali estava grávida, então onde, Deus do céu, estaria a criança?
Lali chegou em casa e encontrou Peter caído no sofá, hipnotizado diante da TV, saltando os canais com o controle remoto. Ele se virou para ela, os olhos muito sombrios. Estaria zangado? Deprimido? Cansado?
— Qual é o problema? — perguntou Lali.
— Levei Miguel ao médico hoje.
— Minha Nossa Senhora, por quê? — Impaciente, ela pousou a bolsa sobre a mesinha de centro. — Ele está doente? Ele se machucou?
— Ele tem uma infecção no ouvido. Mas o médico disse que vai sarar logo. Dei o antibiótico e o coloquei para dormir.
— Sinto muito que você tenha passado por isso sozinho. Eu deveria estar aqui. Eu deveria...
— Eu tive uma conversa interessante com o Dr. Mills, Lali. Você não acreditaria no que ele me contou.
Um silêncio profundo tomou conta do ambiente. Lali esperou a bomba cair, o passado explodir bem no seu rosto.
— É verdade? — inquiriu Peter. — Você estava grávida quando foi embora?
Um calafrio percorreu dela espinha.
— Estava — Lali respondeu. — É verdade.
— O que aconteceu com o bebê?
Lágrimas afloraram nos olhos dela.
— Ele nasceu morto...
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