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quarta-feira, 13 de março de 2013

A família Lanzani - Capítulo 40

A família Lanzani


Capítulo 40


— Ele? Nós tivemos um filho?
— Sim. Ele nasceu uma semana depois de Miguel. Nunca me ocorreu que alguma coisa pudesse sair errado. Cande é quem tinha problemas, quem estava tendo de lidar com uma gravidez complicada. Eu era forte e saudável.
— Então, por que o bebê morreu?
— O cordão umbilical se emaranhou. Ele... — Lali envolveu os braços em torno do corpo, abraçando a si mesma, tentando se consolar de uma dor que não poderia curar. — Vico tentou salvá-lo, mas ele não estava respirando. Meu irmão o enterrou. Vico construiu uma caixa de madeira e a camuflou por prevenção.
Peter caiu em silêncio, e ela imaginou o que ele estava pensando, o que estava sentindo. Ele a odiava agora? Sentia-se diferente em relação a Miguel?
— Qual era o nome dele? — questionou Peter. — Qual era o nome do meu filho?
— Nunca cheguei a escolher um .Vico falou que devíamos escolher os nomes das crianças de acordo com o velho costume Cherokee, esperando até que pudéssemos vê-las. Até que vivessem fora do útero. Antes de cada bebê nascer, meu irmão trouxe dois pôneis de pelúcia para casa, um para o filho dele e outro para o meu.
— O brinquedo que Miguel gosta tanto — acrescentou Peter.
— É. — Lali fechou os olhos, abrindo-os em seguida.
— O que aconteceu com o outro pônei? — Peter indagou.
— Enterramos o pônei junto com o bebê, Era. Absolutamente idêntico.
— E tocava a mesma música?
— Sim. — Novamente, um sussurro. — A mesma canção de ninar.
— Onde ele está enterrado? Eu preciso saber. — Peter precisava visualizar o local na mente, para localizar o sítio.
— Ele foi enterrado no mesmo lugar em que nasceu. Em Oklahoma. Nós estávamos em uma cabana remota nas colinas, um lugar apertado com um fogão à lenha e paredes rústicas. Eu ia contar tudo a você sobre o bebê — explicou Lali. — Quando nosso relacionamento se tornasse mais sólido.
Peter desistiu, se ajeitou, olhou para ela.
— Mais sólido?
— Eu tinha sonhos. Esperanças. Desejos tolos. Talvez ele se apaixone por mim, talvez ele aceite um compromisso para o futuro.
— Eu me comprometi. — Peter tentou não rosnar, mas sua voz ainda saía grosseira. — Nós íamos nos tornar uma família.
— Mas você não me ama. Como nós podemos nos tornar uma família se você não me ama?
— O amor não é toda essa bobagem que dizem por aí — disparou Peter.
— Como você sabe? — desafiou Lali amavelmente
— Eu vi minha mãe sofrer por causa disso — rebateu Peter tão suavemente quanto ela.
Nesse impasse, ambos mergulharam em silêncio, as palavras bloqueadas em um beco sem saída, entre eles.
— Miguel ainda é meu filho — disse ele.
— Eu não estou tentando afastá-lo de você.
— Você vai embora, não é mesmo?
Lali prometeu que ficaria, mas ele sabia desde o começo que ela não conseguiria manter a promessa.
Quando ela piscou, uma gota de lágrima fluiu sem escorrer.
— Se você pudesse me dar uma boa razão para eu ficar.
— Eu não posso.
— Eu entendo. — Enxugou os olhos. — Eu magoei você profundamente, e lamento muito por isso. Se eu tivesse a chance de desfazer todo esse mal, não hesitaria.
Mas ela não podia, pensou Peter.
E ambos sabiam que tudo estava acabado. Desaparecendo na noite, em uma lembrança que ele jamais esqueceria.
—  Mudou de posição para olhar para ela. — Eu quero trazê-lo para casa.
— Você não pode fazer isso. Por Deus, Peter. Você não pode. Se a quadrilha de Halloway descobre que havia outra criança. Se...
— Maldita seja.
— Eu sinto muito — desculpou-se Lali. — Sinto muito. Isso não deveria ter acabado desse jeito.
— Mas acabou, não é mesmo? Por que você não me contou que estava grávida? — perguntou ele. — Por que você foi para a Califórnia sem me avisar? As pessoas que têm filhos devem se casar...



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