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domingo, 30 de dezembro de 2012

Paperweight - Gastochi - Capítulo 3

Paperweight - Gastochi



Capítulo 3 - Aula de surf




No outro dia acordei cedo e fui tomar meu café.

Gas: bom dia pai.

Ciro: bom dia Gastón. Dormiu bem?

Gas: como uma pedra.

Ciro: que bom, eu fiz torradas quer?

Gas: claro.

Tomei meu café como sempre, sem nenhum assunto entre nós, os que surgiam era eu quem puxava e mesmo assim duravam pouco. Depois do café peguei minha prancha de surfe e fui pro mar, fiquei em frente a casa de praia de Rochi, as ondas estavam ótimas. Surfei umas 2 horas e decidi descansar um pouco, sentei na areia e senti alguém atrás de mim.

RRR: as ondas estavam boas hoje?

Gas: ah, oi Rochi, estavam ótimas.

Rochi: sabe... Quem sabe um dia você possa me ensinar a surfar? Acho isso tão... Lindo. A forma como vocês surfistas deslizam sobre a água é incrível. – se sentando a meu lado na areia.

Gas: claro, se quiser agora mesmo te ensino.

Rochi: sério? Ok, vou lá pegar meu biquíni. Já volto.

Eu só queria ver isso, ia ser muito interessante ver Rochi tentando subir numa prancha. Ela chegou e fui ensinando-a a como ficar em pé numa prancha em cima da areia.

Gas: o surfe é um esporte solitário no qual períodos de tédio são intercalados por atividade frenética, e ele te ensina a aceitar o fluxo da natureza em vez de combate-lo... tem a ver com entrar na vibe.  Pelo menos é o que dizem as revistas de surfe, e eu concordo. Não há nada tão emocionante como pegar uma onda e ficar dentro de um tubo de água que rola em direção a costa. Mas não sou como esses caras de pele trincada e cabelo ressecado que fazem isso o dia todo, todo dia, porque acham que é o ápice e o objetivo máximo da existência. Não é. Para mim, tem mais a ver com o fato de que o mundo é louco e barulhento quase todo o tempo e, quando você está lá, ele deixa de ser. Você consegue ouvir os próprios pensamentos.

Era o que eu dizia a Rochi enquanto íamos para o mar, ou pelo menos achava que dizia. Por que no fim era só enrolação para não deixar muito na cara o quanto eu tinha gostado de vê-la em um biquíni.

Rochi: então o surfe é igual a andar cavalo.

Gas: hã?

Rochi: ouvir os próprios pensamentos, é por isso que gosto de montar. Também amo escrever historias, nelas eu me expresso sabe? Ou tento fugir dessa realidade.

Gas: então vamos, porque as melhores ondas são no começo da manha.

eu fui carregando a prancha e Rochi tentando entrar na água, porque segundo ela, estava muito fria. Estava tão distraído procurando um lugar bom para Rochi, que nem notei que ela não estava mais a meu lado.

Rochi: ESPERE, ESPERE!- gritando da beirada do mar.

Gas: VEM ROCHI!- acenando com a mão para ela vir até mim.

Rochi: ESTÁ MUITO FRIA! UII! – pulando onda por onda.

Gas: UMA HORA VOCE VAI TER QUE ENTRAR, FURE UMA ONDA QUE O FRIO PASSA!

Rochi: TEM CERTEZA?

Gas: CLARO.

Rochi: OK VOU TENTAR. – ela contou até três e mergulhou- DEUS, QUE FRIO!

Gas: SE ACOSTUME COM A ÁGUA PRIMEIRO!

Rochi: TÁ ESPERE SÓ UM MINUTO QUE JÁ VOU INDO. UAU. ISSO É REALMENTE FRIO. BAAH.

Gas: VOCE CONSEGUE. – disse sorrindo.

Rochi: não gosto de frio, eu odeio! – já ao meu lado.

Gas: você vive nas montanhas, onde neva.

Rochi: sim, mas pra isso temos jaquetas, lareiras, gorros, luvas que usamos para nos manter aquecidos. E não nos jogamos nas águas do Ártico logo pela manha.

Gas: a ideia foi sua...

Rochi: é eu sei, mas eu não sabia que tava tão fria assim...

Gas: se quiser podemos sair.

Rochi: não, não vou conseguir.

A respiração dela logo começou a normalizar, mas a pele continuava arrepiada. Ela deu mais um passo a frente.

Gas: porque não mergulha de novo?

Rochi: nem morta! Já me torturei uma vez, faço do meu jeito ok?

Gas: ok, não se apresse por minha conta, leve o tempo que quiser.

Rochi: vou levar sim, obrigada.

Ela andava fazendo caretas por causa da temperatura, eu acabei deixando escapar um riso e ela ficou alterada.

Rochi: ei, não ria de mim.

Gas: não estou rindo.

Rochi: não esta agora, mas soltou uma risadinha silenciosa.

Gas: e como é isso?

Rochi: são aquelas hihi baixinho. – imitando a risada.

Gas: haha agora eu ri.

Rochi: ok foi engraçado. Haha

Fomos nadando até que a agua estivesse na altura de nossos ombros, Rochi subiu na prancha. Segurei firme, tentando não olhar para seu corpo, o que não foi fácil, considerando que estava bem na minha frente e era um corpaço.  Forcei-me aa monitorar a marola atrás de nos.

Rochi: e agora?

Gas: você lembra o que fazer? Reme forte, agarre a prancha dos dois lados e fique em pé.

Rochi: lembro.

Gas: é meio difícil no começo. Não se assuste se você tomar caldo se acontecer, é só deixar a onda levar. Geralmente é preciso repetir algumas vezes até conseguir.

Rochi: tudo bem.

Vi uma onda pequena se formando.

Gas: prepare-se... e comece a remar.

Quando a onda nos atingiu, empurrei a prancha, dando um certo impulso e Rochi pegou a onda. Não sei o que esperava, mas com certeza não era vê-la ficar em pé, se equilibrar e surfar a onda inteira, até que se desfizesse perto da areia. No raso, ela pulou da prancha e virou-se para mim com ar triunfante.

Rochi: QUE TAL?

Gas: MUITO BOM! – disse batendo palmas.

Apesar da distancia entre nós, não pude desviar o olhar. Cara, pensei de repente, estou realmente enrascado.

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