Capítulo 26
Peter seguiu pela estrada, então se deteve antes que pudesse alcançar o interfone.
— Você acha que Halloway sabe sobre Sims e Hoyt? Que eles foram nos ver?
— É possível. — Lali procurou sua bolsa e a ajeitou sobre o colo. Ela hoje estava vestida no estilo country: jeans, botas de cowboy, uma camiseta branca com a gola enfeitada por uma fileira de sementes coloridas.
— E quanto a Sims e Hoyt? Você acha que eles sabem que nós estamos aqui agora?
— Provavelmente.
Será que todo mundo estava vigiando todo mundo, esperando para ver quem seria o primeiro a cometer um erro?
Peter abaixou a janela e parou o carro ao lado do interfone, anunciando sua chegada.
Uma voz incorpórea lhes concedeu permissão para entrar ao mesmo tempo em que um portão eletrônico se abriu com um estalo.
A pista de entrada seguia até formar um semicírculo, terminando na frente da casa. Ou a mansão, supôs Peter.
Lali não reagiu, mas ela já tinha estado aqui antes, no dia em que devolveu Cande para a família.
Peter estacionou ao lado de uma Mercedes preta.
— Halloway prestou alguma atenção em Miguel da última vez?
— Na verdade não. Ele estava totalmente ocupado com a filha. Por ter descoberto que ela estava doente.
— Como a mãe de Cande está lidando com tudo isso? — indagou Peter, dando conta de que Lali jamais mencionara a esposa de Halloway.
— Ela morreu há muito tempo. Ele tinha amantes — contou Lali. — Mulheres com as quais Cande nunca se incomodou.
Peter olhou adiante e avistou dois homens de terno escuro na porta da frente.
— Este é o nosso rei da Máfia?
— Não, este não é Halloway.
Mas, de qualquer maneira, ambos os criminosos acenavam para eles. Peter não poderia ter imaginado uma coisa como esta nem que isso levasse mil anos.
Lali saiu do SUV e liberou Miguel do cinto de segurança no seu assento do carro. Peter trocou olhares com o homem de ombros largos parado na porta.
Ele não era um mordomo ou um empregado comum. Este sujeito grandalhão e truculento era um segurança.
Miguel foi voluntariamente para os braços de Lali, mas um momento depois se atirou para Peter.
— Ele quer ficar com o pai — disse Lali, com pouca firmeza na voz.
— Venha, parceiro. — Peter pegou Miguel e afagou a face da criança com um beijo.
— Parece que você é um parente do Espósito— disse o gigante para Peter. — Muito mais do que ela. — O homem olhou atenciosamente para Lali, que parecia muito frágil com sua pele branca e seus cabelos escuros
— Eu acho que é a coisa Cherokee. — Quantas vezes aquele sujeito teve o nariz quebrado? Peter não se importaria de acertar um soco nele.
Seguiram o homem para dentro da casa. Outro segurança apareceu, fazendo a luxuosa mansão parecer uma fortaleza.
O primeiro segurança, o boxeador, se aproximou de Peter.
— Garoto bonitinho. Sua bagagem?
Pego desprevenido,Peter trocou o bebê de posição.
— O quê? Não.
— Se importa se eu checar?
Diabos, claro que ele se importava. A revista foi rápida, mas ainda assim rigorosa. Quando o boxeador olhou para Lali, Peter arreganhou os dentes.
— Se você sequer tentar revistá-la, eu vou entalar meu punho direto no fundo da sua garganta.
— Você até age como o Espósito. — Sua expressão bem-humorada desapareceu. — Uma pena que ele tenha estragado tudo. — Ele se virou para Lali novamente. — Eu até gostava do seu irmão.
— Eu ainda gosto dele.
— Claro, família é sempre família. — A não ser que te dêem uma facada nas costas. O que Victorio aparentemente fizera com a Máfia, Peter pensou, imaginando quanto tempo mais seu velho amigo poderia sobreviver naquela confusão...
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