Quase por acidente - Capítulo 24

Quase por acidente 

Capítulo 24 

- Disse, meio sem jeito. Seu sorriso aumentou,e então ela quebrou o clima melancólico.
Lali - você ficou muito sexy com essas obras de arte pelo seu corpo! - Disse ela rindo.
Peter - é, belíssimas manchas roxas...
Lali - roxo é minha segunda cor favorita!
Peter - e qual é a primeira?
Lali - azul! Ficaria melhor se elas fossem azuis! - Ela riu mais, e eu ri também.
Peter - definitivamente não, hahauahuahauhuaau`
Lali - e quando vai voltar pra escola?
Peter - eu não sei, eu já estou melhor, mas dói pelo meu corpo todo... Se eu acordar bem eu vou amanhã mesmo...
Lali - se quiser eu te passo a matéria...
Peter - sério? Valeu...
Lali - sim, não precisa ir sentindo dor, ora...
Peter - ok, valeu... - Ficamos alguns segundos calados, enquanto ela olhava pro computador ainda ligado.
Lali - o que estavam fazendo?
Peter - Nico e Gás só sabem jogar, jogar...
Lali - hahauhauahauha` eles são bem legais - Adoraria saber quando foi que eles começaram a se falar...¬¬` - Posso ver as fotos? - Eu gelei de nervosismo, lembrando imediatamente de todas as fotos, letras de música e desenhos dela que haviam lá, numa pasta não muito escondida! E ela não poderia ver de maneira alguma!
Peter -ér, não tenho muitas fotos... - Ela abriu a pasta mesmo assim.
Lali - que bobo, tem sim... - Ela começou a visualisar as fotos, eu aproveitei o pouco tempo tentando bolar uma desculpa, e tirá-la dalí o mais depressa possível.
Peter - ér... - Ela olhou pra mim, esperando que eu falasse, mas eu ainda não sabia o que falar. - nada... - Engoli seco, e ela voltou a olhar minhas fotos ridículas. - As animações já estão muito avançadas, já estou quase acabando...
Lali - mesmo?
Peter - sim, eu fiquei muito tempo sem fazer nada... - levantei devagar e sentei perto dela. Estávamos perto, mas de qualquer maneira ela continuava tão distante, que fazia minha maldita esperança e todas aquelas expectativas irem pro espaço! Mas a presença dela me fazia feliz.

Ficamos assim, conversando sobre qualquer bobagem, até anoitecer. E durante todo o dia ela me pareceu entristecida. Não era o mesmo sorriso, nem o mesmo olhar. Ela devia estar mal por causa de seu namoro com Pablo, e se ela estava assim por ele, quer dizer que sua felicidade pertencia a ele. Não pude acompanhá-la até em casa como de costume, e ela foi embora mais cedo também. Depois disso o resto do dia foi estranho, fiquei pensando nisso direto, comecei a criar situações na minha cabeça, e imaginar, é claro, o que ela estava pensando agora, e o que pretendia fazer. Só na hora do jantar me lembrei de Luna, e também do que estava me escondendo, depois de horas pensando no que poderia ser, pensei também no mais estranho disso tudo: Luna não tinha me perturbado, nem feito piadas com Lali, e não dava pra acreditar que ela tinha se convertido só por causa dos carões da mamãe, alguma coisa tinha. Eu estava me preparando pra ir dormir, quando alguém bateu na porta.
Peter - quem é?
Luna - Sou eu, Luna... - Comemorei vitória cedo demais...u.u` Suspirei e fui abrir a porta;
Peter - fala... - Ela passou por mim, entrando no quarto.
Luna - não é nada, é que não nos falamos hoje o dia inteiro...
Peter - é eu notei o ar menos pesado hoje... - Ela sorriu.
Luna - vou ignorar, por que você não merece minhas futuras rugas, ok? - Ela sentou na cadeira, de frente ao computador. Fiquei calado, apenas olhando, parado do lado da porta.
Luna - e então, como foi sua adorável tarde com sua amada Lali?
Peter - foi uma tarde ótima, como todas... - Luna sorriu dum jeito vitorioso, e não gostei de me perguntar o por que.
Luna - claro, eu posso imaginar... - Ela começou a mexer nas pastas, aquelas que eu escondia da Lali a qualquer custo.
Peter - por que a pergunta? E por que a ironia da resposta?
Luna - por nada... - Ela suspirou, com ar irônico. - Apenas por que a irônica irrita as pessoas... - Isso era verdade, mas não o suficiente pra me convencer de que fosse esse o caso.
Peter - o que você sabe?

Luna - nada, Poter...- Disse ela imitando o jeito que Lali me chamava, e senti vontade de partir a cara dela.- Não sei nada, eu não fui a lugar nenhum, nem dirigi a palavra a ela hoje... - Ela mexeu os ombros - O que eu deveria saber?
Peter - ela estava diferente hoje...
Luna - obviamente! Ela e o namorado estão brigados graças a você, e ela gosta dele, então é, ela está mal...
Peter - como sabe?
Luna - deduzi! - Ela virou os olhos. As palavras dela, eram os pensamentos que eu ficava tentando ignorar o tempo todo, por que eu sabia que eram verdade. - E quer saber mais? Ela não sabe nem se deve continuar vendo você! - estremeci. - Por que ela não sabe o que Pablo irá fazer, e a escolha dela está entre um amigo que conhece a poucos dias e o namorado de vários meses... - Endureci os punhos. Não tinha nada a dizer.
Peter - acabou?
Luna - o que? - Senti mais ódio, e me segurei pra não fazer ou dizer besteira.
Peter - sai daqui... - Ela sorriu e levantou. Ela sabia que tinha vencido. Quando ela passou por mim, minha vontade foi de espancá-la! Mas eu não faria uma covardia dessas, nem sujaria minhas mãos. Assim que ela passou pela porta, eu a bati com força, que o barulho fez minha mãe gritar lá debaixo.
Ale - o que foi isso, Juan Peter?
Peter - não foi nada! - Eu disse, me arrependendo logo depois do tom grosseiro! Ela não tinha culpa da minha fúria! Passei a mão pelo rosto tentando me controlar. Meu peito estava apertado, como se fosse implodir(implodir é como se explodir pra dentro, é algo interno). A raiva aos poucos ia tomando o formato de dor, e de imediato não sabia qual das duas destruía mais, depois concluí que a tristeza era bem pior. Minha noite foi péssima, demorei muito a dormir, e aquela sensação ruim continuava em mim. Meus planos de ir pra escola foram por água abaixo, acordei nove horas da manhã. Desci devagar, minha mãe estava na cozinha.
Ale - bom dia meu amor, já ia chamar você... - Tentei sorrir, mas não o fiz muito bem.
Peter - bom dia...