A escolhida - Capítulo 18

A Escolhida

Capítulo 18 

Quem sabe o mais preocupante daquele dia não fosse a surra ou então todos os desentendimentos e sim o desdém de Peter, ele não havia ligado nem uma vez, nem uma única vez e ela, ela simplesmente ficara ao lado do telefone, com o celular no bolso todas as horas que restavam. Ela sentiu medo, medo do que os amigos poderiam ter dito a eles, eles poderiam ter inventado o que quisessem, não estariam errados por estarem com raiva, mas estariam se assimilando a ela e isso sim era desgostoso. 

Pela noite ela desceu para jantar, não tinha vontade, apenas foi por pedido da mãe. 

Carlos: Lamentável o que aconteceu, não é Mariana?! - disse um tanto alterado.

Mariana: Sim! - olhou envergonhada.

Carlos: Eu nunca imaginei que você pudesse fazer esse tipo de coisa, isso é falta de caráter. - disse em razão do que a mulher lhe contara, sobre a história das fotos ainda.

Um nó na garganta da menina pareceu se formar, trancando sua respiração, que ficou pesada. Ela olhou para a mãe, para o irmão, que nem ao menos tinha olhado na sua casa hoje. Sentiu um aperto enorme no coração. Diante dela, somente a mãe a perdoara e mesmo assim, não conseguia demonstrar o carinho que Laly tanto precisava. Por um momento, ela pensou em tudo o que havia acontecido, em quantas vezes viu a mãe chorar em razão de suas noitadas. Quantas vezes fez o irmão chorar. Ela só estava se sentindo como um dia eles se sentiram.

`` Ah solidão, triste não? Talvez o pior. Já se imaginou sozinho? Já olhou para uma noite estrelada e nem ao menos conseguiu sentir o brilho daqueles belos pontinhos te acalmando o pensamento? Até elas te abandonaram? Até mesmo as estrelas? Com o seu brilho engrandecedor? Até mesmo as estrelas que encobrem a imensidão do céu? Hei, se as estrelas te abandonarem, olhem para a lua, ela sempre estará lá, em meio a tempestade ou em meio a essas estrelas que por mais brilhantes não apagam a magia, a magia da lua `` Jh Mon.

Carlos: Mariana, hei ! O gato comeu sua língua é? Fale comigo! - uma lágrima totalmente dolorosa escorreu pelos seus olhos. 

Mariana: Não, desculpem! É só o que eu tenho a dizer, desculpem - olhou para eles e saiu dali.  

Correu para o quarto, pegando o celular desengonçada. Discou rápido o número de Peter, ele não atendia e não atendia e não atendia. Ela desceu as escadas correndo, desesperada. Passou pela sala onde o irmão estava, ele gritou debochado `` vai fugir novamente? `` ela respondeu saindo pela porta e indo em busca do seu refúgio, não era a lua, mas era um coração, era o seu Peter. A casa dele não tão era longe dali. Uns quinze minutos com a pressa que ela estava. Andava de cabeça baixa e de vez enquanto tropeçava nos próprios pés que tremiam de medo.

O vento gélido, cortava sua pele, Laly vestia um calção curto e uma camiseta que deixavam seu corpo em contato com o ar frio. Correu na estrada vazia e escura e agradeceu aos céus quando avistou a casa do amado. Tocou a campainha e quando ele abriu a porta ela pulou em seus braços, com os olhos cheios de lágrimas que desesperadas escorriam fervorosamente.

Agarrou seu pescoço e no seu ouvido balbuciou mais uma vez a expresão que nos últimos dias não saiam de sua mente e não parava de ser repetida pelos seus lábios `` Me Pedoa `` e aquilo foi tão sincero quanto seu sofrimento. Ele apesar de contrariado e um tanto magoado a fez dele, entregando o seu coração para ser refúgio dela.

`` Nesse cantinho, sublime e gentil, te peço seja meu, te peço me faça feliz, porque o que me dá motivos, são essas batidas que como um motor me fazem seguir em frente, sempre `` Jh Mon.