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sexta-feira, 15 de março de 2013

A família Lanzani - Capítulo 41

A família Lanzani



Capítulo 41


— Não, Peter. As pessoas devem se casar porque estão apaixonadas. Eu não queria que você me pedisse em casamento pelo motivo errado.
— E fugir para se encontrar com Victorio poderia mudar isso?
— Vico acha que você me ama. Ele manteve essa opinião por anos a fio. E eu queria ouvi-lo dizer isso, para me convencer de que era verdade.

O silêncio se estendeu entre eles. Peter levantou, as tábuas do assoalho rangiam sob suas botas.
— Pensei sobre isso hoje. Imaginei como seria se eu me casasse com você.
— Você pensou mesmo nisso? — Surpresa, Lali se impulsionou para frente da cadeira. — Por quê?
— Porque nós estamos nos dando tão bem. Porque eu estava me tornando o pai de Miguel. Porque parece certo.
Mas não porque a amava, concluiu ela. E nunca amaria...
Peter ficou rondando a casa como um predador, tomando café preto e passando a mão pelos cabelos. Ele queria tanto um cigarro, poderia gritar, vociferar e colocar as paredes abaixo.
 estava no quarto de hóspedes, revirando-se na cama, suspeitava ele. Foi decisão dela abandoná-lo, deixar sua cama vazia e fria. Não que ele se importasse. Não queria mesmo dormir ao lado dela, de qualquer maneira.
Não precisava de uma mulher na sua vida, não uma mulher que vivia mentindo para ele, magoando, fazendo seu coração se tornar insensível. Dirigiu-se para a cozinha e se serviu de outra xícara de café, deu meia-volta e quase tropeçou no próprio pé.
Lali estava de pé no corredor, uma camisola longa e esvoaçante derretia em contato com seu corpo como cera cor-de-rosa.
— O que você está fazendo? — indagou Peter.
— Eu vim pegar uma mamadeira para Miguel.
— Ele está acordado?
Lali fez que sim com a cabeça.
— A febre dele estava um pouco alta. Dei alguma coisa para ver se passa.
Lali seguiu até a geladeira e encheu uma mamadeira. Peter queria enterrar seu rosto nos cabelos dela e chorar, lamentar a morte da criança da maneira como qualquer pai deveria ser capaz de fazer. Mas não conseguia convencer-se a tocá-la.
— Qual é a temperatura de Miguel? — perguntou.
— Trinta e nove graus.
— Isso parece ruim.
— As febres tendem a atingir um pico durante a noite. Ele vai ficar bem. O remédio já vai fazer efeito.
Lali tampou a mamadeira, e Peter olhou fixamente para ela, imaginando qual teria sido a aparência dela durante todos aqueles meses, grávida do seu filho. Bonita, concluiu Peter.
— Preciso ir — despediu-se ela.
Lali lhe deu as costas, e Peter tomou uma boa dose de fôlego.
— Eu vou com você. Eu quero ver Miguel.
Entraram juntos no quarto de bebê, cuidando para não se tocarem, para não encostarem os ombros, evitando qualquer possibilidade do mais leve contato físico.
Ela ergueu o menino no berço e o acomodou no recosto, oferecendo o leite a Miguel.
— O outro pônei era igual a este? — questionou Peter...

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