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domingo, 13 de janeiro de 2013

A família Lanzani - Capítulo 15


A família Lanzani


Capítulo 15 - O filho de Peter





Lali fora para a Califórnia carregando o filho de Peter no ventre, porém nunca contou nada sobre isso a ele, nunca aceitou o que acontecera à criança.

Tinha suas razões para deixar a cidade sem contar que estava grávida. Razões que a machucavam agora, tanto quanto no dia em que embarcou naquele avião com destino a Los Angeles.

Peter se virou na direção da janela.

— Isso me dá arrepios.

Lali seguiu o olhar dele. O que Peter estaria vendo? Flores recobertas de névoa? Um céu enluarado? Colinas sombrias?

Na sua imaginação, Lali vislumbrou uma sepultura. Um fardo envolto em couro, dentro de uma pequena caixa de madeira.

— O que você quer dizer? — inquiriu Lali.

— Toda essa confusão com a Máfia. É como se a noite tivesse olhos.

— Não tem ninguém lá fora.

— Como você pode ter certeza?

— Para ser sincera, não tenho — admitiu.

Peter trocou de posição para observá-la melhor.

— Como você conseguiu viver assim durante um ano e meio? Como você agüentou tudo isso?

— Eu não tive escolha. — Pensou no filho deles novamente, o ser pequenino que ela embalou em seu útero.

Peter passou a mão pelos cabelos.

— Queria que as coisas tivessem acabado de um jeito diferente.

— Eu também — murmurou Lali, enquanto Peter distanciava o olhar, deixando-a só com suas memórias. E um coração atormentado pelo remorso.



Três dias depois, Peter praguejava a plenos pulmões. Enquanto Lali terminava de se maquiar, ele esfolou o queixo com a lâmina de barbear.

Droga, ela precisava ser tão bonita? Tão esguia? E ter as pernas tão lindas?

O seu tempo no banheiro já deveria ter acabado, mas ela entrou correndo de volta, insistindo que aquilo só levaria um minuto, que o rímel manchara.

Costumavam compartilhar espaços confinados sem se atrapalhar, mas as coisas eram diferentes agora. Eles eram ex-amantes.

— Estou ansiosa para conhecer a esposa de Nico— comentou Lali, esfregando um chumaço de algodão logo abaixo dos olhos.

Peter não respondeu. Sua primeira aparição pública juntos, e também a primeira ocasião para se portarem como um casal em reconciliação, como os pais de um bebê de 10 meses.

Concordara com a farsa, e agora estava sendo obrigado a desempenhar seu papel. De que maneira deveria se comportar? Será que perceberiam seu desconforto? Seu ardente desejo por uma mulher que o magoara?



Terminou de se barbear e se virou para espiar Lali. Seus cabelos escorriam como uma cascata, e o decote discreto da blusa revelava apenas um indício da fenda. Uma saia cintilava nos seus quadris, enquanto um cinto largo de couro branco abraçava sua cintura.

E o seu rosto. Aqueles brilhantes olhos castanhos. Aqueles lábios viçosos e cheios!

— Que inferno! Como vamos levar isso adiante? — indagou Peter, preocupado.

— Quer dizer esta noite?

— Provavelmente, haverá um bocado de tensão entre nós a noite inteira. Estamos muito longe de nos entendermos.

Calada, Lali olhou para as pontas dos dedos. Havia lixado e pintado as unhas, mas elas ainda pareciam em farrapos, pensou Peter. Roídas até o sabugo.

Obviamente, ela também estava nervosa. Tão apreensiva quanto ele.

— Talvez devêssemos nos beijar — sugeriu Lali.

O ritmo cardíaco dele subiu como um rojão.


— O quê?...

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